O desfibrilhador cardioversor implantável (CDI) é composto por um microcomputador que detecta frequências cardíacas altas e perigosas produzindo um impulso elétrico capaz de interromper uma taquiarritmia ou fibrilhação ventricular, protegendo assim o paciente de uma morte cardíaca súbita.
Como se vê no vídeo:
> Existe uma alteração da actividade eléctrica do coração - frequência cardíaca muito elevada - que é detectada pelo CDI;
> O CDI é colocado normalmente no lado esquerdo do tórax por baixo da clavícula. É criado uma loca [abertura] no músculo e é nesse sítio que é implementado o dispositivo;
> O CDI é ligado ao músculo cardíaco através de eléctrodos finos que seguem pela veia cava superior até às cavidades cardíacas - aurícula direita e ventrículo direito.
> Quando detectada alguma alteração perigosa na actividade e frequência cardíaca, é gerado um impulso eléctrico no CDI que interrompe essa alteração, normalizando a actividade eléctrica cardíaca.
Quem recebe um CDI?
O médico responsável pelo tratamento recomendará o implante de um desfibrilhador quando o paciente já teve um episódio de fibrilhação ventricular e teve que ser submetido a reanimação ou quando o batimento cardíaco acelerado (taquiarritmia) não pode ser controlado com medicamentos.
Diferentes tipos de terapia
1. Estimulação antitaquicardia e antibradicardia:
Antes de o coração iniciar um episódio de flutter ou fibrilhação ventricular, frequentemente este é precedido por uma taquicardia. O CDI emite pulsos elétricos fracos em rápida sequência. Estes controlam a taquicardia em 60 a 80% dos casos, antes que a mesma se torne uma taquiarritmia ou fibrilhação ventricular. O CDI também estimula o coração, quando este trabalha muito lentamente (bradicardia). Esta forma de estimulação já é conhecida do pacemaker.
2. Cardioversão:
Se, apesar da estimulação, a taquicardia continuar, ou quando esta evoluir para fibrilhação ventricular, inicia-se o próximo estágio da terapia. A cardioversão ("conversão do ritmo cardíaco") consiste num choque fraco, cuja carga é menor que um choque de desfibrilhação.
3. Desfibrilhação:
Na fibrilhação ventricular ou quando os outros estágios da terapia não têm sucesso depois de decorrido um certo tempo, é emitido um forte choque. Na maioria das vezes a taquiarritmia é controlada de modo confiável. Em menos de dez segundos após a ocorrência da fibrilhação ventricular já pode ser disponibilizada a energia para este choque forte. Se em uma situação excepcional, a situação de risco de morte continuar após o primeiro choque, estão previstos novos choques. Antes da sua aplicação o CDI verifica, a cada vez, se a taquiarritmia ainda está presente. Apenas neste caso o choque preparado é aplicado.
Como os pacientes sentem os choques?
A estimulação antitaquicardia e antibradicardia (estágio 1 da terapia) praticamente não é percebida pelo paciente. Eles percebem o sucesso deste tipo de terapia principalmente pelo facto de que o ritmo cardíaco se normaliza. A cardioversão e a desfibrilhação são formas de terapia (estágios 2 e 3) que são percebidas como dolorosas por um curto período. Muitas pessoas perdem a consciência devido à fibrilhação ventricular, antes do choque, de modo que não chegam a sentir nada. As pessoas que vivenciam o choque em estado consciente, sentem o mesmo como um golpe forte no peito, porém a dor passa imediatamente. Às vezes a musculatura do tórax e do braço é brevemente contraída, de modo que no lado do implante sente-se uma espécie de dor muscular durante um ou dois dias. Estatisticamente verificou-se que, nos primeiros meses após o implante, os choques são emitidos com maior frequência. Após alguns meses diminui a necessidade de uma emissão de terapia, de maneira que nos anos seguintes muitos pacientes CDI vivem sem nenhuma necessidade de cardioversão ou desfibrilhação.
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fonte: http://www.biotronik.com/wps/wcm/connect/pt_br_web/biotronik/sub_top/patients/Diagnosticos_e_Terapias/Desfibriladores/]