terça-feira, 6 de maio de 2014

Terapêutica inalatória

Como fazer correctamente?

                A asma e a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) requerem muitas vezes tratamento com fármacos inaláveis. Para que estes fármacos sejam eficazes há que saber usá-los correctamente.

 

Existem dois tipos de dispositivos inalatórios:

·         Inaladores pressurizados doseáveis (MDIs)

 

·         Inaladores de pó seco (DPIs)

                               - Dose simples (rotahaler, spinhaler, aeroliser)


                      
                                   
                                          - Multi-dose (turbohaler, diskus)
 


 
 

Como utilizar um inalador pressurizado doseável?

1.       Remover tampa de proteção;

2.       Agitar BEM o inalador (para misturar as partículas);

3.       Colocar o dispositivo na posição vertical (forma de L), com o dedo indicador na parte superior e o dedo polegar na parte inferior;

4.       Expirar lenta e totalmente;

5.       Colocar o inalador na boca e selar os lábios à sua volta;

6.       Inalar lentamente através da boca pressionando o inalador ao mesmo tempo (apenas fazer pressão uma vez para libertar uma dose de medicação);
 
 
  
 
7.       Continuar a inalar lenta e profundamente enchendo os pulmões de ar;

8.       Manter durante 5 a 10 segundos esta inspiração máxima para a medicação ter tempo de chegar aos pulmões;

9.       Afastar o dispositivo da boca e expirar. Se efetuar outra dose esperar 1 a 2 minutos antes de inalar a segunda dose;

10.   Fechar o dispositivo.
 

 

Como utilizar um inalador pressurizado doseável com câmara expansora?

 


1.       Remover tampas de proteção;
2.       Agitar BEM o inalador e conectar à câmara expansora mantendo-o direito;
3.       Expirar lenta e totalmente;
4.       Colocar a câmara na boca, entre os dentes, e selar os lábios à volta da peça bucal;
5.       Pressionar o inalador uma vez enquanto inspira lenta e profundamente pela boca;
6.       Manter durante 5 a 10 segundos esta inspiração máxima para a medicação ter tempo de chegar aos pulmões, aguardar 30 segundos entre inalações;
7.       Se for difícil efetuar uma inspiração profunda e mantida, respirar normalmente (sem pausa inspiratória) inspirando e expirando através do dispositivo 3 a 4 vezes seguidas.


 
Como utilizar um inalador com cápsula de pó?

1.       Abrir o dispositivo;
2.       Colocar uma cápsula no dispositivo e fechar;
 

 
3.       Segurar o dispositivo direito e picar a cápsula carregando no botão lateral ou nos botões laterais (uma vez e libertar);
4.       Expirar (deite o ar fora) completamente (dispositivo longe da boca);
5.       Colocar o bocal nos lábios e inalar lenta e profundamente (a cápsula vibra);
6.       Retirar o inalador da boca e suster, durante 5 a 10 segundos, esta inspiração máxima para a medicação ter tempo de chegar aos pulmões;
7.       Expirar normalmente;
8.       Pode voltar a inalar para ter a certeza que tomou toda a medicação;
9.       Abrir o dispositivo novamente. Tirar a cápsula usada (verificar se está picada e vazia);
10.       Fechar o dispositivo.


 
Como utilizar um inalador multidose (Turbohaler)?
1.       Retirar a tampa;
2.       Segurar o dispositivo direito;
3.       Rodar a base do dispositivo para a direita, seguido de um movimento de rotação no sentido inverso até ouvir o clique (a dose está pronta);
4.       Expirar (deite o ar fora) completamente (dispositivo longe da boca);
5.       Colocar o bocal na boca e selar os lábios à sua volta. Inspirar com força e profundamente pela boca;
 

 
6.    Suster a respiração durante 5 a 10 segundos para a medicação ter tempo de chegar aos pulmões;
7.       Retirar o dispositivo da boca. Expirar totalmente;
8.       Pode voltar a inalar para ter a certeza que tomou toda a medicação;
9.       Fechar o dispositivo.
 

 
Como utilizar um inalador multidose (Diskus)?
1.       Segurar o disco com uma mão e colocar o polegar da outra mão na reentrância. Empurrar rodando o polegar para a direita o mais possível até ouvir um clique;
2.    Empurrar a alavanca o mais possível até ouvir um clique;
3.       Expirar (deite o ar fora) completamente (disco longe da boca);
4.      Colocar o bocal nos lábios e inalar rápida e profundamente;
 
5.    Suster a respiração durante 5 a 10 segundos para a medicação ter tempo de chegar aos pulmões;
6.      Retirar o dispositivo da boca. Expirar totalmente;
7.       Pode voltar a inalar para ter a certeza que tomou toda a medicação;
8.      Rodar a tampa do polegar para a esquerda até ouvir o clique.
Post feito por Sara Rosário
 
[Fonte:
Almeida et al (Aprenda a viver com a DPOC)
Taveira et al (Terapêutica inalatória, 2000)
Mesquita et al (Dispositivos para Terapêutica Inalatória na Criança, 2004)
imagens google]



 




Maio, mês do coração!


Quem o diz é a Fundação Portuguesa de Cardiologia, que durante este mês organiza várias atividades, palestras, seminários de modo a prevenir a elevada morbilidade e mortalidade que está associada às doenças cardiovasculares.

Destacamos a 10ª edição do Desafio do Coração a decorrer durante os dias 7, 8 e 9 de Maio no Estádio Universitário de Lisboa



Este evento tem o objetivo de encorajar a comunidade a adotar estilos de vida saudáveis, através de um passeio orientado onde existirá várias estações. Haverá também avaliação de fatores de risco: pressão arterial, índice de massa corporal, glicémia e outros. E a entrada é gratuita!
Participe e leve a família (tanto crianças como idosos)! O coração agradece :)
Post feito por Sara Rosário

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Obstrução da via áerea- como actuar?


A obstrução da via aérea por corpo estranho é uma causa de morte acidental rara. É importante identificar (não se deve confundir com outras situações que podem causar dificuldade respiratória como desmaio e enfarte) pois é reversível e potencialmente tratável.

As principais causas são:

·         Obstrução via aérea  (ex. alimentos, brinquedos)
      ·         Queda da língua
      ·         Edema língua, obstrução orofaringe, espasmo laringe
·         Broncospasmo
·         Edema pulmonar
 
Existem 2 tipos de obstrução:

Ligeira:
®     Consegue responder à pergunta: “Está engasgado?”
®     Consegue falar, tossir e respirar

  COMO PODEMOS AGIR?
- Encorajar a tossir
- Desapertar roupas


Grave:
®     Não consegue falar
®     Não consegue respirar
®     Tentativas de tosse sem sucesso

COMO PODEMOS AGIR?

o   Consciente:
- Colocar-se ao lado e por detrás da vítima
- Aplicar 5 pancadas interescapulares
- Se falhar, fazer 5 compressões abdominais 
- Repetir o processo até libertação da via aérea ou inconsciência

Repetir sequência (5 Pancadas/5 C.Abdominais)  uma vez que a probabilidade de sucesso é maior quando são utilizadas técnicas combinadas.
 
o   Inconsciente:
-  Iniciar Suporte Básico de Vida

Como realizar as pancadas interescapulares ou intercostais?
 
 
 
 
 
- Posicionar por trás e apoiar a vítima sobre a nossa mão (como na imagem).
- Com o calcanhar da mão fazer pancadas fortes entre as escápulas da vítima.
 
Como realizar as compressões abdominais?
 
 
 
 
- Colocar o punho fechado no abdómen
- Colocar a outra mão por cima
- Fazer força para dentro e para cima
 
E nas crianças?
 Se consegue  tossir: deve-se encorajar a tosse
Se não consegue tossir:
 
                   ·  Consciente: 5 pancadas interescapulares, 5 compressões abdominais (> 1 ano) ou no peito apenas com 2 dedos (bebés)
 
·  Inconsciente:  Iniciar Suporte Básico de Vida apropriado à idade da criança 
 
 [Fonte: European Resuscitation Council - Guidelines for Resuscitation 2010 adaptado por Sara Rosário]

 
 
 
 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Parar de fumar e os benefícios para a saúde mental

 

 
"Sabe-se que parar de fumar traz benefícios para a saúde física, incluindo uma redução do risco de cancro e doenças cardíacas, mas um novo estudo sugere que deixar o hábito pode também melhorar a saúde mental.
 
No estudo, os pesquisadores analisaram informações de 26 estudos anteriores e descobriram que as pessoas que pararam de fumar tiveram uma redução dos sentimentos de depressão, ansiedade e stress, e um aumento de humor positivo e qualidade de vida.
Os resultados contradizem a suposição generalizada de que fumar é bom para a saúde mental: muitos fumadores continuam a fumar porque sentem que o hábito alivia sentimentos de depressão, ansiedade e stress, e ajuda-os a relaxar, disseram os pesquisadores.
Mas os cigarros podem realmente aliviar os sintomas de abstinência, incluindo irritabilidade, ansiedade e depressão, que o fumadores de forma errónea percebem como melhorar o humor, disseram os pesquisadores.
 
Alguns estudos sugerem que esses sintomas de abstinência desaparecem algumas semanas após parar de fumar. "Os fumadores podem ter certeza de que parar de fumar está associado a benefícios para a saúde mental", escreveram os pesquisadores na edição de 13 de fevereiro da revista BMJ.[Livescience]"
- See more at: http://www.ciencia-online.net/2014/02/parar-de-fumar-tem-beneficios-mentais.html#sthash.PH1oNJJx.dpuf
 
 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Porque respirar acalma?


Encontramos este diagrama e não podemos deixar de partilhar.
É muito interessante a forma como as emoções estão efectivamente ligadas à parte física. Como uma emoção tem capacidade de estimular uma glândula e esta produzir uma hormona que tem efeitos imediatos na tensão arterial, na irrigação cerebral, etc.
 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Fibrilhação auricular



 
O que é a Fibrilhação Auricular?
É uma arritmia cardíaca que ocorre ao nível das aurículas fazendo com que estas se contraiam de forma caótica.
 
Como podemos ver no vídeo, as aurículas estão a contrair de forma descompassada e caótica. O que por sua vez faz com que os ventrículos contraiam também de forma descompassada e o sangue seja ejectado para a artéria aorta sem qualquer ritmo.
 
O principal problema da  Fibrilhação Auricular é o facto do sangue não ser totalmente ejectado das aurículas para o ventrículo uma vez que não existe uma contracção viável. O sangue que se mantém nas aurículas está sujeito a estase o que aumenta a probabilidade de formação de trombos.
 
Uma vez criado o trombo, este é ejectado para o ventrículo esquerdo e colocado em circulação, podendo ir para as artérias cerebrais e originando o Acidente Vascular Cerebral pelo entupimento de uma artéria mais pequenina.
 
Caso o doente não seja assistido imediatamente com terapêutica para dissolver o trombo, as sequelas são gravíssimas uma vez que grande parte do cérebro deixa completamente de ser irrigado.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Hipotensão arterial

 Ouvimos falar muitas vezes de Hipertensão Arterial mas são poucas as vezes em que nos debruçamos sobre a HIPOTENSÃO ARTERIAL. Hoje partilhamos convosco alguns dos sintomas e causas da hipotensão arterial.
 
 
 
 
"A pressão arterial - a força do sangue contra as paredes das artérias - é um dos primeiros sinais vitais que os profissionais médicos verificam em cada visita do paciente.
 
A pressão arterial é expressa por dois números: O primeiro mede a pressão do sangue em seu pico (sístole), quando o coração se está a contrair. O segundo número é o valor diastólico, que mede a pressão quando o coração está relaxado. A pressão arterial é tipicamente descrita como pressão sistólica superior a pressão diastólica, tal como de 120/80 mm de Hg.
 
Enquanto a maioria das pessoas estão preocupadas com a pressão arterial elevada (hipertensão), a pressão arterial baixa também pode ser um problema se o sangue não for capaz de circular pelo corpo corretamente.

Sintomas
A pressão arterial mais baixa do que 90/60 mmHg é chamada de hipotensão.  O médico deve ser consultado se uma pessoa sente tonturas, desmaios, desidratação, visão turva, náuseas, pele pegajosa, fadiga, depressão ou respiração rápida e superficial.

Causas
Há uma ampla variedade de causas de hipotensão. Repouso prolongado no leito e gravidez podem produzir uma queda na pressão arterial. Alguns fármacos, incluindo diuréticos, betabloqueadores, antidepressivos tricíclicos, fármacos para a disfunção eréctil, narcóticos e álcool, também podem reduzir a pressão arterial.

A diminuição da pressão arterial também pode ser causada por algumas condições médicas, tais como disfunção da tiróide (hipotiroidismo), baixa de açúcar no sangue, anemia, diabetes, doença cardíaca, choque séptico ou reacções alérgicas graves (anafilaxia).
 
Ficar em pé por longos períodos pode resultar em hipotensão neural mediada, que ocorre quando os nervos erroneamente enviam sinais ao cérebro de que a pressão arterial é muito alta, de modo a que o cérebro reduz a frequência cardíaca já baixa.

Isso muitas vezes levar a tonturas ou desmaios. A diminuição da pressão arterial também pode ocorrer ao levantar-se depois de estar sentado ou deitado - isto é às vezes chamado de hipotensão ortostática. "

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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A meditação e a genética

" Há um grande e crescente corpo de evidências de que o stress psicológico pode causar alterações genéticas. Mas se o stress psicológico pode causar alterações genéticas, podem as atividades de alívio do stress, como meditação, ajudar a reduzir danos os genéticos?
 
Talvez. Um estudo recente parece sugerir que um período de meditação pode alterar a expressão de genes que estão ligados a inflamação e promover uma recuperação mais rápida de uma situação stressante.
 
Pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison recolheram amostras de sangue de 40 voluntários - 19 dos quais praticantes de meditação de longo prazo - antes e depois de uma sessão de oito horas.
O grupo de meditadores experientes passou a sessão em meditação guiada e não guiada, enquanto o outro grupo assistiu a documentários, leu e jogou jogos de computador. Não houve diferença significativa em marcadores genéticos entre os dois grupos no início do período de teste de oito horas.
 
No entanto, no final do dia, os investigadores encontraram uma expressão reduzida de histona deacetilase (HDAC) e dos genes dos genes RIPK2 e COX2 - todos ligados à inflamação. Estes resultados são importantes por causa do papel da inflamação no progresso e tratamento da doença.
 
Uma pesquisa recente revelou que a inflamação crónica pode estar no centro de doenças tais como a artrite reumatóide, asma, doenças do coração, lúpus, cancro, colite ulcerativa e doença de Crohn.
 
Um estudo de 2013 da Universidade da Califórnia, descobriu que os homens tinham uma dieta melhor, faziam exercício e levaram um estilo de vida menos stressante durante alguns anos tiveram um aumento no comprimento dos seus telómeros - as tampas das extremidades dos cromossomas que os protegem de deterioração.
 
E um estudo da Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh descobriu que adultos com telómeros mais curtos tinham um risco acrescido de contrair gripe comum em comparação com as pessoas com telómeros mais longos.
Embora alguns possam achar a ligação proposta entre meditação e genética um pouco rebuscada, um número crescente de especialistas acreditam que a associação é real dada a relação entre stress e inflamação, assim como genes implicados no processo."
 
- See more at: http://www.ciencia-online.net/2013/12/meditacao-pode-afetar-genes.html#sthash.pEgZGOUD.dpuf
 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O sono e a alimentação



Haverá diferenças na alimentação de quem dorme pouco ou muito ou se enquadra no padrão médio de sono?
A dúvida motivou um grupo de cientistas americanos a desenvolver um estudo.
 
As conclusões foram publicadas no jornal «Appetite» e indicam que as pessoas que passam escasas ou muitas horas na cama têm uma alimentação menos variada do que quem se enquadra na média.
Quem dorme menos de cinco horas ingere mais calorias, bebe menos água, ingere menos lipoceno (nutriente presente, por exemplo, no tomate e na laranja) e hidratos de carbono. As pessoas que dormem entre cinco a seis horas não privilegiam fontes de vitamina C, água, selénio (presente nos frutos secos) mas ingere mais luteína e zeaxantina, fornecidos pelos vegetais de folha verde.
Já quem dorme mais de nove horas, bebe mais alcóol mas ingere menos colina (fornecido pelos ovos), teobrimina (presente no chocolate e no chá), hidratos de carbono ou um tipo de gordura saturada.