terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Diabetes e o Sistema Cardiovascular





Na prática clínica da Cardiorespira deparamos-nos muitas vezes com diabéticos que trimestralmente realizam Electrocardiograma Simples sem saberem a razão pela qual o seu médico lhe prescreve este exame. Assim, achamos importante partilhar convosco o protocolo presente na Sociedade Portuguesa de Diabetologia sobre "Diagnóstico e acompanhamento da doença coronária em doentes diabéticos"

"Como é a doença coronária nos diabéticos?
A angina, EAM e morte súbita são complicações major da DM tipo 1 e tipo 2. Na DM tipo 1 a duração de doença é relevante para a presença de DC, assim como para a sua extensão e gravidade. Na DM tipo 2, a doença coronária existe muitas vezes logo no momento do diagnóstico ou após um curto intervalo de tempo e a sua progressão está fortemente relacionada com a existência de outros factores de risco concomitantes, como a HTA, a dislipidémia ou o tabagismo. Existe também maior actividade pró-trombótica nos doentes diabéticos com índices aumentados de agregação plaquetária e de factores trombogénicos, com níveis menores de fibrinólise endógena.
É portanto fácil de perceber que se torna cada vez mais premente a necessidade de despistar e diagnosticar de forma correcta, em fases tão precoces quanto possível, a presença de doença coronária nos diabéticos, em especial nos tipo 2 onde a sua prevalência é, tanto em termos relativos como absolutos, mais elevada. Assim se poderá prevenir o aparecimento de eventos agudos, com impacto importante na morbilidade e mortalidade, e ainda nos custos directos e indirectos delas resultante.
Como se compreende, não é razoável introduzir um rastreio indeterminado, onde a relação custo-benefício seria inaceitável, pelo que se torna indispensável encontrar marcadores específicos e grupos de risco, assim como definir quais os métodos de diagnóstico a utilizar para, primeiro detectar isquémia, depois definir o risco relativo e, finalmente, clarificar as diferentes expressões anatómicas e funcionais para seleccionar a terapêutica mais apropriada, seja ela o tratamento médico ou a revascularização, percutânea ou cirúrgica."



[fonte: http://www.spd.pt]

Sem comentários:

Enviar um comentário